Um trágico
conto de fadas
Finalmente, o filme Grace de Mônaco (Grace of Monaco, 2014) vai estrear nos cinemas
brasileiros (rede Kinoplex), na próxima quinta-feira, 29/10/2015, distribuído
pela PlayArte. Inicialmente, o filme vinha sendo divulgado como Grace: a princesa de Mônaco, sendo
alterado recentemente para o título definitivo.
Grace
Kelly
(1929-1982), na pele da atriz australiana Nicole
Kidman, é uma grande estrela de cinema quando, em 1956, casa-se com o príncipe
Rainier III, interpretado pelo ator inglês Tim
Roth, e se retira da vida cinematográfica. Seis anos depois, em meio a uma
crise conjugal, a ex-atriz é convidada a protagonizar o novo filme do mestre Alfred Hitchcock, com quem já havia
trabalhado em clássicos como Janela
indiscreta (Rear window, 1954) e Ladrão
de casaca (To catch a thief, 1955). O príncipe é terminantemente contra a
ideia. Paralelamente, a França ameaça anexar o principado ao país. Grace,
então, terá que decidir entre voltar à carreira em Hollywood ou permanecer como
princesa de Mônaco e manter o casamento do século.
Filme de abertura do 67º Festival de Cannes, ocorrido em 05/2014, a história de uma das
mais famosas, elegantes, charmosas e belas celebridades do mundo foi mal recebida
pela crítica mundial e nacional. Os críticos foram impiedosos e cruéis com o
filme, pois esperavam uma cinebiografia sem licença poética.
Com a família real de Mônaco não foi
diferente, pois essa reclamou da forma como foi retratada na produção, por não ter
sido fiel à biografia oficial. Tanto a nobreza quanto os críticos esqueceram
que se trata de uma obra de ficção, na qual o diretor não tinha a pretensão de replicar
fatos históricos exatos, mas contar uma história de amor e conflitos, inclusive
políticos.
Não se pode negar, entretanto, a grande
semelhança física e de estilo entre as atrizes Grace e Nicole. E a qualidade de
interpretação de ambas é inegável, comprovada por importantes prêmios da
indústria cinematográfica.
Além disso, a direção não é inexperiente. O
cineasta francês Olivier Dahan já havia
comandado filmes como o aclamado Piaf:
um hino ao amor (La vie en rose, 2007). E a trilha sonora foi composta pelo
veterano Christopher Gunning (Salvem
as baleias/When the whales came e Piaf: um hino ao amor). Acresça-se a isso o
fato de que temos a oportunidade de ouvir a cantora Maria Callas (especialmente O
mio babbino caro, de Giacomo Puccini),
uma das mais famosas divas da ópera mundial e íntima da família real, personificada
pela atriz espanhola Paz Vega. Os
figurinos, cenografia e fotografia também são um espetáculo, próprios de uma produção
eminentemente europeia.
Resta despir-se do preconceito e da
expectativa de assistir a um documentário sobre a segunda família real mais assediada
da história, para se deliciar com uma produção cheia de glamour, locações cenográficas
exuberantes e uma história plausível.
Também vale a pena torcer para que o filme
seja posteriormente lançado no Brasil em blu-ray
e DVD: uma recordação dos tempos de glória, uma produção que não passou em
branco, mas que deixa a sua marca, apesar das críticas apressadas.
A propósito, a obra já se encontra em blu-ray
e DVD na França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Rússia, Finlândia, Austrália,
Hong Kong, Noruega, Espanha, Holanda, Dinamarca, Itália, Suécia e Canadá,
dentre outros. O lançamento em blu-ray nos EUA é incerto, devido a fortes
divergências entre a produtora e o diretor quanto à montagem final para os
cinemas. De qualquer forma, já existe a previsão de o DVD estar disponível em
01/12/2015.
Por sua vez, a trilha sonora foi lançada
apenas em versão digital, tanto nos EUA, quanto na França, Reino Unido e
Alemanha. O link para audição legal de trechos da obra pode ser acessado aqui.
Por
fim, o trailer pode ser visto em HD
com legenda em português aqui.
Para encontrar os demais posts sobre lançamentos nos cinemas nacionais ou estrangeiros, basta clicar sobre o marcador correspondente, logo abaixo desta dica.
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